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quinta-feira, 20 de junho de 2013

SARDINHA AMAZÔNICA EM LATA CHEGA ÀS PRATELEIRAS DOS SUPERMERCADOS

 


Projeto de pesquisa realizado sob orientação do pesquisador José Inhamus, da Ufam, verificou que há viabilidade econômica para esse tipo de empreendimento
A sardinha enlatada, iguaria muito popular no Brasil, pode ganhar em breve um rótulo amazônico. O processo que utiliza matrinxã curumim de até 60g para o processo de envazamento em óleo comestível ganhou interesse comercial de duas grandes indústrias do Centro-Oeste. A informação é do professor Antonio José Inhamuns que orientou o projeto de mestrado em Ciências de Alimentos, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), concluído ano passado pela aluna Joyce Kikushie.
Inhamuns, que prefere não citar o nome das empresas em negociação, disse que a proposta é economicamente viável. “Estamos fechando os dados, desenvolvendo um plano de negócios e de análise de custos”, informou.
O matrinxã (Brycon amazonicus), além de ser um peixe muito apreciado pela culinária regional, foi escolhido por ser uma espécie facilmente reproduzida em cativeiro, sendo o processo mais apropriado com vista à comercialização industrial. O potencial de crescimento dele, o sabor e o seu alto valor nutritivo também foram requisitos para o projeto. Para esta etapa de industrialização, a pesquisa constatou que o ideal é utilizar o peixe com 45 dias de vida, considerado em idade juvenil.
E por que não usar a sardinha de água doce? Inhamuns explica que a espécie, descartada por estar sujeita à pesca predatória, passa por período de defeso (reprodução) e ainda não foi adaptada à reprodução assistida.
O gosto da “sardinha amazônica” em nada lembra a tradicional sardinha de mar comercializada pela indústria, a sardinelas brasilienses,  encontrada no litoral brasileiro. “O sabor da nossa sardinha amazônica é menos forte, porque o peixe de água doce tem sabor mais suave”, explica Inhamuns.
Os pesquisadores do projeto desenvolveram três opções de molhos para acompanhar a iguaria enlatada: o primeiro de óleo vegetal; outro de molho de tomate; e um terceiro molho temperado feito com tucupi.
O procedimento de preparação da “sardinha amazônica” passa pela retirada das víceras e limpeza; o pré-cozimento para tirada do oxigênio da carne; e envazamento em latas de flandres; e autoclave durante 15 minutos para retirar as impurezas do alimento.
A pesquisa incluiu testes de esterilização comercial do produto, de acordo com a norma nº 12 da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa); a análise físico-química; e a análise sensorial que se constatou o sabor exótico e atrativo da matrinxã em conserva.

A ideia da pesquisa não é gerar patente, mas disponibilizar um acordo de transferência tecnológica para a universidade. A técnica de enlatar peixe existe desde o século XVIII, por isso não foi necessário patentear.


Fonte: ACRITICA

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