Estima-se
que, baseado no ingresso de receitas do primeiro semestre, que ao longo
de 2012 ingressarão nos cofres do governo do estado do Pará um montante
aproximado de R$ 16,5 bilhões, dos quais, fosse o governo Jatene dotado
de razoável competência gerencial, pelo menos 10%, ou seja, R$ 1,65
bilhão, poderiam ser destinados a investimentos de que o Estado tanto
carece, notadamente as regiões mais abandonadas como a do Tapajós
(sentido amplo).
E nos municípios situados no Tapajós, de
tão abandonados e desassistidos que são pelo governo do Estado, urge a
construção de obras que são indispensáveis para a expansão econômica e
desenvolvimento da região, entre estas, é merecedora de atenção a Ponte
sobre o Rio Curuá, que, construída, integrará os municípios da calha
norte entre si e estes com Santarém e demais municípios do Tapajós.
Sabedor que o povo de Oriximiná, Óbidos,
Curuá e Alenquer anseia pela construção desta Ponte, o governador
Jatene tomou o cuidado de incluí-la na sua Agenda Mínima, que seria,
como o nome sugere, o elenco básico ou mínimo de obras que pretende
realizar nos quatro anos de seu mandato.
E assim o Sr. Simão Jatene fez constar a
construção da Ponte do Rio Curuá no Plano Plurianual de 2012/2015 e,
conseqüentemente, na Lei orçamentária de 2012.
No início do corrente ano, o governador
esteve em Alenquer onde anunciou em tom espalhafatoso e com ares
impregnados de demagogia e populismo, que a ponte finalmente seria
construída e transformada em realidade.
Em fevereiro/março, a Secretaria de
Transportes realiza o processo licitatório e a empresa vencedora do
certame para a construção da Ponte de concreto, com 360 metros de
cumprimento e 8,8 metros de largura, foi a Construtora CONSAM, que
cobrou R$ 11,16 milhões pela construção da tão esperada obra.
Em abril/maio (2012), a empresa
responsável pela obra constrói meia dúzia de alojamentos e finca a placa
inaugural na qual declara que o início da obra seria ainda em abril e a
conclusão definitiva marcada para dezembro de 2012.
Registros fotográficos do local mostram e
testemunhas oculares declaram, porém, que nada foi feito ou construído
nos meses de abril, maio e junho. Apesar disso, em 22 de junho o governo
do Estado, via Secretaria de Transportes, libera R$ 390.447,55 para a
construtora prosseguir na construção da ponte.
A situação permanece inalterada nos
meses de julho e agosto. Não há movimentação no local que deveria ser o
canteiro de obra. Nenhum bate estaca é encontrado. Não se vê um único
saco de cimento. Não há operários trabalhando. Apesar disso e novamente,
o governo do Sr. Simão Jatene libera no dia 22 de agosto, via Ordem
bancária nº 01278, mais R$ 125.699,00.
Faltando, portanto, pouco mais de quatro
meses para esgotar o prazo para a conclusão da obra e repassada à
Construtora uma parcela, pequena, é verdade, de recursos correspondente à
sua execução, não se vê nada, absolutamente nada às margens do Rio
Curuá e menos ainda em seu leito.
O que explica tal fato? Por que a ponte
sobre o rio Curuá ainda não foi iniciada? Qual o propósito do governador
Jatene ao se comprometer com a construção da ponte e na sequencia
manter-se inerte e omisso quando sabe (e Jatene tem o dever de saber)
que após cinco meses do que deveria ser o início da obra até agora nada
foi feito? A responsabilidade pela situação é da construtora ou do
governo Jatene? Quando Jatene anunciou que seu governo iria construir a
ponte falava sério ou era apenas palavreado vazio e demagógico para
iludir o povo alenquerense?
Para que o leitor mesmo possa responder a
essas perguntas convém informar que, embora a ponte esteja orçada em R$
11,16 milhões o governo do Estado reservou apenas R$ 1,5 milhão na Lei
orçamentária de 2012 para a construção desta obra.
Esse fato afasta, definitivamente,
qualquer possibilidade da ponte ser concluída no ano de 2012, haja vista
a impossibilidade de suplementação de quase R$ 10,0 milhões e dos
reflexos que tal medida teria na execução orçamentária de outros
programas da mesma natureza.
Além disso, analisando o Plano
Plurianual, que prevê as despesas no triênio 2013/2015, constata-se que
para a Ação “Construção de Pontes” no Baixo Amazonas há previsão de
apenas R$ 4,41 milhões para 800 metros lineares, incluindo em torno de
500 metros nos demais municípios da região, o que subtrai pelo menos uns
R$ 3,0 milhões para essa finalidade e deixando pouco mais de um milhão
para a ponte sobre o Rio Curuá.
Ante a exposição de tais fatos, é
razoável concluir que a ponte do Rio Curuá não será construída em 2012,
nem em 2013 e, quando muito, pode voltar a ser promessa novamente em
2014, ano em que o Sr. Simão Jatene certamente tentará reeleger-se
governador e, para tanto, precisará dos votos do povo alenquerense.
Mas ainda no corrente ano o povo ximango
terá uma conversa com as urnas e é provável que nelas expresse de
maneira bem clara que detesta populistas, demagogos e políticos devotos
da mentira e da enganação.