Dados divulgados na última segunda-feira pelo Serviço Geológico do
Brasil (CPRM) indicam que existem atualmente no país pelo menos 680 mil
pessoas morando em áreas consideradas de risco alto ou muito alto de
deslizamento de terra ou inundações. O levantamento faz parte do
Programa de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais do Governo
Federal, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República, e
implementado em parceria com instituições como o Serviço Geológico do
Rio de Janeiro, o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres
Naturais (Cemaden), o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e
Desastres (Cenad) e o Ministério da Integração Nacional.
Esse
número ainda deve aumentar, uma vez que a CPRM monitorou, até agora,
cerca de 140 municípios, número que chegará, até o final do ano, a 286
municípios, saltando para 821 em todo país até 2014, quando o projeto
será concluído. Alenquer, Almeirim, Altamira, Baião, Belém, Gurupá,
Monte Alegre, Marabá, Óbidos, Oriximiná, Porto de Moz, Prainha,
Rurópolis, Santana do Araguaia, São João do Araguaia e Tucuruí são as
cidades do Pará que serão monitoradas a partir de julho, segundo a
assessoria de imprensa do CPRM. As análises serão concluídas em novembro
deste ano.
O diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales
Sampaio, disse que, apesar do levantamento ter sido feito pelo órgão em
apenas 140 municípios, já foram encaminhados para o Cemaden dados
relativos a cerca de 180 cidades , uma vez que foram utilizadas
informações já existentes em poder de outras instituições e que foram
digitalizadas e geoprocessadas pelo CPRM. “O estudo comprovou,
principalmente, que ainda temos muita gente morando em áreas de risco
alto e muito alto. São áreas susceptíveis a desastres naturais.
Seiscentos e oitenta mil pessoas moram atualmente em municípios com
áreas consideradas de risco alto ou muito alto – susceptíveis a
desastres naturais”, disse Sampaio.
Entre os municípios já
analisados estão dois considerados críticos no Acre, 58 nos nove estados
da Região Nordeste e o restante em todos os estados do Sudeste e Sul do
país. “Embora tenhamos problemas em toda a parte, a situação mais
critica é na Região Sudeste, em função da maior concentração
populacional e da pressão da população, que leva à ocupação de encostas e
morros que não deveriam estar ocupados por oferecem riscos de
desabamento e deslizamentos de terra”, disse.
Na avaliação do
presidente do CPRM, o principal problema é a utilização inadequada do
território. “Se você utiliza uma área que não é própria para ser usada
como moradia e o estado deixa você utilizar, essa área não tem
saneamento básico, não tem segurança e, neste caso, a favelização é
também uma decorrência da má utilização de áreas impróprias”.
(Diário do Pará)