Cortada pelo rio Amazonas na
confluência com o rio Tapajós, não há como desvencilhá-la de sua
essência fluvial. A região de integração do Baixo Amazonas é formada
pelos municípios de Alenquer, Almeirim, Belterra, Curuá, Faro, Juruti,
Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Prainha, Santarém e Terra Santa e tem o
quinto maior PIB do estado. Sua área total é de 315.861 km² (76,6%
formados por áreas protegidas), onde se distribuem 678.936 habitantes -
271.161 na área rural -, 36.787 famílias assentadas, 20 comunidades
quilombolas e 20 terras indígenas.
Segundo estudos desenvolvido
pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
(Idesp), com parceria do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará
(Ideflor), na região o produto de destaque é a castanha-do-brasil,
popularmente conhecida como castanha-do-pará, gerando uma renda bruta de
R$ 71 milhões. Em seguida, vêm o açaí, cipós e sementes de cumaru.
Outra
atividade em expansão atualmente é o turismo, cujas atrações são as
praias, cachoeiras, lagos, excursões ecológicas e as numerosas festas
folclóricas. E um dos locais que mais recebe esses visitantes é o
município de Santarém, devido tanto às belezas naturais de Alter do
Chão, distrito local, quanto a eventos tradicionais, como o Sairé
SANTARÉM
Neste
ano, o Festival do Sairé foi realizado de 13 a 17 de setembro e possui
mais de 300 anos de história. A festa mistura o religioso e o profano, o
sagrado e o popular. A estrutura das barracas reflete a cultura do
caboclo paraense, onde os moradores de Alter do Chão, utilizam os
espaços para venderem seus produtos durante os dias de festa.
As
coordenações das entidades folclóricas dos Botos Cor de Rosa e Tucuxi
apresentam ao público os itens oficiais do Festival dos Botos, que são o
Boto Homem, o Boto Animal, a Rainha do Sairé, a Rainha do Lago Verde, a
Rainha do Artesanato, a Cabocla e o Carimbó. Neste ano, o Boto Cor de
Rosa abordou o tema “A vida e a fé do povo Borari” e o Boto Tucuxi, “O
imaginário Tapajó”. Cada entidade folclórica participa com a estimativa
de 700 a 800 brincantes. “A temática é voltada para as crenças, costumes
e tradições”, explica Joel Coelho, coordenador do Boto Cor de Rosa.
“É
uma das festas mais bonitas que já acompanhei porque todos os dias você
se encanta com algo diferente. Assiste às apresentações, curte as
praias, se quiser descanso pode se refugiar nas ilhas desertas de Alter.
Considero uma experiência riquíssima para todos que são ou se sentem
paraenses”, comenta a médica Leilane Farias.
MONTE ALEGRE
Dos
eventos para as contemplações históricas. Monte Alegre representa uma
das mais antigas fundações da Amazônia, com 26 Sítios Arqueológicos
cadastrados. Deste total, 15 estão dentro dos limites do Parque Estadual
Monte Alegre (Pema) e todos eles apresentam pinturas rupestres, o que
exemplifica a diversidade ambiental e rica multifase histórica da
ocupação humana: os paleoíndios. As principais atrações do gênero são a
Gruta Itatupaoca, a Serra da Lua, onde existem pinturas policromas, a
céu aberto, o Mirante, a Serra do Paytuna, e a Pedra do Pilão.
Além
dos registros históricos, existe uma beleza cênica composta por uma
parte de cerrado, formações geológicas diferenciadas com vegetação de
grande, médio e pequeno porte; a fauna apresenta um número variado de
espécies, dando destaque na avifauna para uma espécie de psitacidae
conhecida como Cacaué (Aratinga maculata), que é uma espécie endêmica
encontrada apenas no município de Monte Alegre (ainda não há comprovação
desta ave em nenhuma outra parte do mundo).
Recentemente, foi
assinado o Convênio entre o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional – Iphan e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do
Pará – SemaA, para a execução do Projeto “Implantação de Estrutura em
Sítios Arqueológicos do Parque”, no valor de total de R$1,8 milhão. “A
criação de uma infraestrutura adequada para os sítios arqueológicos do
Parque Estadual Monte Alegre – Pema estimulará os visitantes a conhecer,
valorizar e preservar os vestígios materiais deixados pelas antigas
populações que habitaram a região, com envolvimento das comunidades em
todo o processo de sua construção. Isso proporciona que tais populações
se beneficiem com a socialização dos sítios e dos empreendimentos”,
afirma Patrícia Messias, socióloga e gerente do Pema.
“Para
evitar a degradação do patrimônio deixado pelos nossos antepassados, é
preciso oferecer ao grande público as informações produzidas pela
pesquisa científica de uma forma compreensível e acessível, com
utilização de material didático diversificado a exemplos de livros
infantis e didáticos, vídeos, documentários e uma ação educativa
sistematizada. Pretende-se, assim, mobilizar os moradores para conhecer,
usufruir e proteger o patrimônio arqueológico”, conclui.
REGIÃO DE INTEGRAÇÃO
BAIXO AMAZONAS
Número de municípios: 12
Total de produtos identificados: 63
• Alimentícios: 14
• Fármaco e cosméticos: 31
• Artesanatos e utensílios: 14
• Derivados da madeira: 3
• Derivado animal: 1
PRINCIPAL PRODUTO:
Castanha-do-brasil (R$ 71 milhões), 67% de renda bruta gerada e circulada fora do Pará.
OUTRO DESTAQUE:
Açaí (R$ 12,7 milhões), com 100% de renda gerada e circulada somente no Baixo Amazonas.
OUTROS PRODUTOS:
Cipós, sementes de cumaru, cacau, amêndoa, malva, tucumã fruto e copaíba
Renda Bruta Total (RBT) gerada e circulada: R$ 99,4 milhões.
(Diário do Pará)