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terça-feira, 31 de julho de 2012

MP ENQUADRA POSTOS NOS RIOS DO PARÁ


Eles estão proibidos de abastecer no mesmo local onde embarcam os seus passageiros
Postos de combustíveis que abastecem embarcações com os passageiros dentro dos barcos, ou não oferecem condições mínimas de segurança, estão na mira do Ministério Público do Estado do Pará (MPE-PA). Nos postos flutuantes, comuns na região do Baixo Tocantins e Baixo Amazonas, principalmente próximo de Cametá, Moju e Santarém, os passageiros são submetidos ao cheiro do combustível e aos riscos de incêndio. Em alguns postos fixos há terminais que obrigam os passageiros a descer e esperar o abastecimento. Tais práticas são proibidas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que identificou pelo menos 10 postos com falhas semelhantes. Determinados problemas estruturais e de segurança foram encontrados em vistorias do Corpo de Bombeiros Militares (CBM), solicitadas pelo MPE, nos postos Brilhante, Chada e Vasconcelos (que fechou após a vistoria) na primeira quinzena de julho deste ano. A lista de irregularidades chegou aos 17 itens.
A promotora de Justiça Joana Coutinho, da promotoria de Defesa dos Direitos do Consumidor, afirmou que nos três primeiros postos visitados pelo CBM foi recomendada imediata reforma e suspensão do abastecimento durante embarque e desembarque de passageiros. Duas audiências foram feitas, com a presença da Antaq, para definir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O documento obriga os proprietários dos postos a fazer adequações como reforma do piso, revisão das instalações elétricas, sinalização dos riscos, reposicionamento das bombas de combustível para longe de onde há fluxo de passageiros. Apesar de o posto Vasconcelos ter fechado, o Brilhante e o Chada assinaram o TAC e pediram prazo de 30 dias para adequações imediatas e mais 60 dias para apresentação de novos projetos estruturais aprovados pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea). O prazo de 90 dias corridos no total começou a contar a partir da última audiência, no
dia 20 de julho.
"Nessas audiências é que a Antaq nos revelou que havia pelo menos mais 10 postos com os mesmos problemas. Em alguns casos, os terminais dos postos servem de área de embarque, o que está errado também. Estamos aguardando uma listagem que será fornecida pelo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Estado do Pará (Sindicombustíveis-PA). Com essa listagem, vamos instaurar um inquérito civil, mas também estamos abertos a denúncias. No dia 1º de agosto já teremos mais uma audiência. Alguns desses postos têm essas práticas há mais de 40 anos e não poderemos mudar de uma hora para outra, mas todos terão de se adequar. Isso está em lei, mas percebemos que não houve controle dessa legislação. Esses terminais até deveriam ser feitos pelo poder público para serem entregues à iniciativa privada por concessão", ressaltou a promotora.
RISCOS
O tenente-coronel Daniel Rosa, do CBM, foi o responsável pelas vistorias solicitadas pelo MPE-PA e explicou que o objetivo é reverter a situação de riscos à qual os passageiros têm sido submetidos há anos ao circularem, embarcarem ou desembarcarem em áreas em que há bombas de abastecimento. "De imediato não há riscos de acidentes graves e nem registros, mas precisamos prevenir e não dá mais para adiar. Os laudos exigem adequações imediatas. Mais informações e mudanças deverão ser definidas a partir da assinatura do TAC, inclusive para os postos flutuantes. Os postos Chada e Brilhante já se comprometeram a não misturar passageiros e abastecimento e estão trabalhando para mudar isso. Só depois de embarque total ou desembarque se pode fazer esse abastecimento. O ideal é abastecer antes da viagem. Vamos controlar também o abastecimento com passageiros dentro", detalhou.
Fonte: Victor Furtado – O Liberal

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