Pelo quarto
mês consecutivo, o Pará é responsável pela maior parte da devastação da
Amazônia. Somente nos quatro primeiros dias deste mês, teve 57,44 km²
de seu território florestal desmatado, conforme revelou o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área devastada equivale a
5.800 campos de futebol.
Os números revelam também que, de abril a
julho de 2012, do total de 650,3 km² de cobertura vegetal devastada na
Amazônia, 187,8 km² aconteceu em território paraense, ou seja, um terço
do total de desmatamento da floresta se deu no Estado.
Este aumento nos índices de desmatamento se
deve, também, à falta de fiscalização, uma vez que os agentes do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) estão em greve há quase dois meses e, por causa disso, deixaram
de ir a campo impedir a devastação da floresta no Estado. Para se ter
ideia, no mês de junho, quando os ficais estavam trabalhando, o
desmatamento foi de 37,95 km² de área florestal. No mês passado, o
índice atingiu o recorde de 92,98 km².
O alerta sobre o desmatamento foi
identificado por meio de um sistema que se utiliza imagens de satélites
para identificar – em tempo real - a perda da cobertura vegetal no bioma
Amazônia. O Inpe constatou que, em menos de um mês, a devastação da
floresta cresceu 245%, dados que confrontam com as quedas sucessivas que
vinham sendo registradas desde 2008.
Para a presidente da Associação dos
Servidores do Ibama no Pará, Cecília Cordeiro, a oscilação entre os
números revelam que o desmatamento funciona como uma bola de neve. “Se
um vizinho desmata, ganha dinheiro, compra carro, coloca gado no pasto e
nada acontece contra ele, outros vão deixar a floresta em pé para quê?
Eles vão desmatar também”, disse, ao destacar a importância da presença
do agente de fiscalização que atua no combate ao desmatamento.
A greve dos servidores do Ibama começou no
dia 21 de junho e entre as principais reinvindicações estão a
valorização da carreira deoespecialista de Meio Ambiente, melhores
condições de trabalho, reestruturação da instituição, aumento dos
investimentos em capacitação, logística e equipamentos.
(Diário do Pará)
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