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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Atendimento a famílias atingidas pelas cheias de rios continua


Cristino Martins/Ag. Pará
Morador de Terra Santa, Ubrelandi Rodrigues Picanço teve de levantar o assoalho da casa em cerca de dez centímetros, para fugir das águas
Com a chegada do mês de julho, os níveis dos rios no Estado caem e se consolidam. As 172 famílias que foram atingidas pelas cheias na região do Baixo Amazonas ainda não voltaram para casa. Nos últimos 20 dias, as bacias dos rios Amazonas e Tapajós tiveram a maior queda de nível depois do início do chamado inverno amazônico. A Defesa Civil Estadual continua a fazer o monitoramento dos leitos e, junto com os órgãos de saúde pública, faz a análise da qualidade da água e levantamento do risco do aparecimento de doenças.
“O nível dos rios está se consolidado”, reforça o coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual, coronel José Augusto Almeida. O rio Tapajós já está abaixo da cota de alerta, sendo que em maio chegou a atingir a máxima de 8,04 metros. “O monitoramento hidroclimático continua de forma ininterrupta. Estamos entrando na fase de normalidade do nível do Tapajós. É hora de iniciarmos o processo de reconstrução das áreas atingidas”, explica.
O trabalho de contingência da Defesa Civil Estadual foi dividido em prevenção, preparação e resposta (ações de socorro e assistências). “Estamos passando da fase de resposta para a de reconstrução nos próximos 15 dias”, explica o coronel. Para isso, o governo do Estado alocou de imediato R$ 1,5 milhão para auxílio às vítimas das cheias. O recurso está sendo usado desde o começo do ano.
Segundo o coronel Almeida, as ferramentas climatológicas que ajudaram a mensurar os níveis de risco foram eficientes. A expectativa para o rio Tapajós e Amazonas era acima do que aconteceu no ano de 2009, quando os rios atingiram a cota máxima de 8,31 metros. “O máximo a que chegamos este ano foi de 8,04, um impacto de médio porte”, considera.
Todo o planejamento feito pela Defesa Civil Estadual foi baseado na previsão destas ferramentas climatológicas. Estudos do governo do Estado, feitos com antecedência, sobre o período de chuvas, por meio da Rede Estadual de Previsão Climática e Hidrometeorológica do Pará, ajudaram a planejar ações de enfrentamento aos estragos causados pelas cheias decorrentes das fortes chuvas em municípios paraenses.
Os municípios de Alenquer, Óbidos, Porto de Moz, Monte Alegre, Prainha, Almeirim, Santarém, Terra Santa, Curuá e Oriximiná foram atingidos pelas cheias no Baixo Amazonas. A situação mais crítica foi verificada em Alenquer e Óbidos, onde houve o maior número de famílias atingidas. Também são destes municípios os desabrigados que estão sendo assistidas pelo Estado.
Em Terra Santa, município com cerca de 20 mil habitantes, banhado pela lagoa de Algodoal, um dos braços do rio Amazonas, a população chegou a passar quatro meses vivendo em cima de marombas (estrutura em madeira que eleva o assoalho das casas acima do nível do rio). Foi o caso do motorista Ubrelandi Rodrigues Picanço, 58 anos. Ele conta que a água ficou dez centímetros acima do assoalho. “De quatro em quatro anos a situação se repete”, explica.
Ubrelandi tem em casa uma criação experimental de tracajás em cativeiro e depende do nível dos rios para as pesquisas com os quelônios. “A água invadiu os cativeiros, as divisórias alagaram e isso acabou misturando os tracajás, que estavam separados de acordo com a idade; agora que as águas baixaram, temos que recomeçar a ordenar”, explica.
O trabalho de prevenção feito pela Defesa Civil Estadual em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) consiste em desenvolver as políticas de contenção de doenças, como hepatite, leptospirose e coqueluche, que costumam aparecer nesta situação. Segundo o coronel José Augusto Almeida, as ações do plano de contingência não vão parar. Os trabalhos seguem com entrega de medicamentos, cestas básicas e materiais de construção às famílias desabrigadas.


Texto:
Marcio Flexa - Secom
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