Os fundos brasileiros Vinci Partners Investimentos e
GP Investments estão planejando a compra da distribuidora de energia do
Pará, Celpa. A notícia da possível venda foi divulgada pelo portal de
notícias econômicas
Bloomberg e rapidamente se espalhou pelos meios empresariais do Estado.
Em Belém, fontes da empresa confirmaram que representantes do fundo
estiveram no Pará há cerca de duas semanas para verificar os números da
empresa, mas até a noite de ontem não havia confirmação oficial sobre um
possível fechamento do negócio.
A Celpa está sob regime de recuperação judicial desde fevereiro deste ano. As dívidas
chegariam R$ 2,4 bilhões, sendo quase R$ 1 bilhão com instituições
financeiras e mais de R$ 500 milhões com a Eletrobrás, uma das
acionistas da empresa que era estatal, foi privatizada pelo governo do
Estado em 1998.
O Vinci Partners atua no chamado private equity, fundos que vêem em empresas
sem ações em bolsas e que passam por dificuldades como oportunidade de
investimentos. Eles trabalham na recuperação de companhias para futura
venda.
O Vinc Partners é um fundo considerado bastante agressivo nessa área.
Já controla a Equatorial Energia que detém ações da Cemar,
distribuidora de energia no Maranhão. Segundo as informações da agência
Bloomberg, fontes informaram que uma possibilidade é a fusão das
operações das distribuidoras do Pará e Maranhão, uma vez que, caso a
venda se concretize, ambas estarão sob controle de um mesmo grupo.
Há algumas semanas, outro fundo o Laep Investments também anunciou a possibilidade de fazer uma oferta pela Celpa que tem como acionista controlador Jorge Queiroz Jr do grupo Rede.
A Celpa atende hoje mais de 7 milhões de pessoas no Pará e é uma das
distribuidoras de energia campeãs de queixas pela precariedade dos
serviços. A venda poderá ser uma saída para a empresa, já que governo
federal tem resistido à ideia de assumir a companhia por meio da
Eletrobrás.
O Diário apurou que, pelo porte dos grupos envolvidos, em caso de uma
possível venda, a operação teria que ser aprovada pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Uma pesquisa no site do órgão
não havia processos recentes em que a Celpa é parte, o que indica que
mesmo que a negociação esteja adiantada ainda faltam alguns passos para
uma possível concretização.
AUMENTO
O consumidor paraense poderá amargar um
aumento de 6,7% na conta de energia elétrica fornecida pela Celpa.
Ontem, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a
realização de audiência para consultar os interessado sobre a revisão
tarifária da Celpa. O encontro vai acontecer no dia 14 de junho, em
Belém. Antes disso, o consumidor e outros interessados podem apresentar
subsídios pró ou contra a proposta. O período para contribuições será de
amanhã (31/05) a 29 de junho.
(Diário do Pará)
Nenhum comentário:
Postar um comentário