A
empresa Georadar inicia no próximo dia 20 a primeira ação de prospecção
na bacia do rio Amazonas localizada em território paraense na busca por
vestígios de jazidas de petróleo e gás. O grupo, de capital nacional
com aporte de fundos
de pensão internacionais, é prestador de serviços da Petrobrás e detém a
mais avançada tecnologia em sísmica terrestre no mundo. O trabalho vai
capturar registros em duas dimensões do subsolo feitos em duas regiões
do estado.
Na
primeira, na região oeste, as prospecções acontecerão nos municípios em
Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém. A segunda etapa, que iniciará no
segundo semestre e vai até o dia 30 de dezembro, compreende os
municípios de Monte Alegre, Prainha e Almeirim, a leste do Rio Amazonas.
O contrato de prospecção está orçado em R$ 80 milhões e prevê a geração
de imagens por meio de ressonância sonora do subsolo que serão
avaliadas posteriormente por técnicos da Petrobrás, indicando ou não a
viabilidade da exploração comercial das jazidas, das quais há muito
tempo já se tem indícios.
No
último dia 9, uma equipe da empresa, chefiada pelo presidente Luiz
Nagata, apresentou o projeto ao Governo do Estado. Primeiramente em uma
reunião no Centro Integrado de Governo (CIG), em Belém, para o
secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à
Indústria, Sidney Rosa, e para a secretária adjunta da Secretaria de
Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), Maria Amélia
Enríquez, e sua equipe técnica. Posteriormente, no mesmo dia, o grupo
foi até Santarém onde apresentou o projeto para uma comitiva de
prefeitos, membros do governo e da sociedade civil.
Entre os benefícios diretos à população do Pará com a investigação dessas jazidas, está previsto o investimento
de R$ 8,5 milhões em contratação de mão de obra local e serviços
especializados, além de indenizações. “Nós não entramos em nenhum
território sem termos todas as licenças, sem o conhecimento dos
proprietários das áreas e sem comunicar as autoridades locais. Depois de
entrar e executar o serviço, o solo e a cobertura vegetal são
recompostos”, informou o presidente da empresa.
A
secretária Maria Amélia Enríquez ressaltou a importância do projeto
para o futuro do estado e frisou a necessidade de qualquer ação de
exploração mineral deixar investimentos e benefícios para a população
local. “Nós inauguramos uma nova etapa em relação à exploração mineral
com a implantação da taxa de mineração, que não se aplica ao projeto em
específico, mas que determina a vontade deste governo em assegurar que a
população seja diretamente beneficiada com a exploração dos nossos
recursos naturais”, disse ela.
Os
executivos ressaltaram a
importância dos estudos anteriores e do
conhecimento desenvolvido no estado pela Universidade Federal do Pará
(UFPA), que é uma instituição referenciada nacionalmente na área de
Geologia. E informaram que eles apontam grande probabilidade de
ocorrência de petróleo e gás natural, além de outros minerais, como o
potássio. Nesse sentido, o secretário especial Sidney Rosa revelou a
intenção do Estado em fomentar a indústria de fertilizantes usando a
matéria prima do potássio que existe na região. “Isso vem ao encontro
das nossas expectativas, pois estamos dando incentivos para empresas de
fertilizantes se instalarem no estado, dinamizando a produção agrícola”,
comentou Rosa.
Nagata
confirmou o potencial e disse que a expectativa é que a produção
mineral possa ser efetivada em dois ou três anos, com possibilidades de
verticalizar a produção de fertilizantes em Belém, através da rede de
infraestrutura logística (de transportes terrestres e fluviais) que está
sendo fomentada pelo governo federal em parceria com o governo do Pará.
Sísmica
- O diretor de operações sísmicas da Georadar, Ricardo Savini, fez uma
demonstração do sistema de prospecção chamado “Sísmica”. Ele comparou o
processo a uma ultrassonografia. Através de canhões de emissão de ondas
sonoras de alto impacto é possível atingir as mais profundas extensões
no subsolo e obter a localização exata dessas jazidas. "Através dos
ângulos de refração é possível calcular e projetar as camadas de solo
que apontam os ambientes favoráveis a formação de jazidas
minerais. Dessa forma, o processo gera imagens em duas dimensões que
podem ser, dependendo dos primeiros indícios, processadas em três
dimensões para análises mais precisas", explicou.
Ainda
segundo Savini, a tecnologia de prospecção avança muito com a tecnologia
atual, dando resultados muito mais precisos a cada ciclo de cinco ou
sete anos. A Georadar adquiriu 70% das ações de uma empresa estrangeira
especializada, adquirindo, assim, a mais moderna tecnologia de sísmica
do mundo, com a qual inclusive já trabalham na prospecção das jazidas do
pré-sal.
FONTE: Agência Pará
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