Uma atividade
desenvolvida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do
Estado do Pará (Emater), em Santarém, oeste do estado, alcançou números
inéditos na produção de macaxeira em várzea. Na comunidade de Santana do
Ituqui, localizada no Projeto de Assentamento de mesmo nome, na zona
rural do município, foi implantada a primeira Unidade de Observação (UO)
de macaxeira em várzea.
Os
resultados, seis meses após o plantio da área, que recebeu ainda milho e
abóbora, surpreenderam. A macaxeira, da variedade amarela, alcançou uma
produtividade de 78 toneladas. Os números são inéditos no Brasil, uma
vez que a maior marca alcançada até então por essa espécie foi de 54
ton/ha, obtida por meio de um estudo desenvolvido pela Empresa
Brasileira de Pesquisa (Embrapa).
A Unidade de
Observação nasceu da necessidade de verificar qual atividade agrícola
tem melhor produtividade, utilizando um recurso que existe em abundancia
na região - as águas do Rio Amazonas -, além de poder oferecer uma
alternativa de produção às famílias agricultoras. Segundo o engenheiro
agrônomo da Emater, Francisco Chaves, um dos responsáveis pelo projeto, a
alta produtividade da macaxeira amarela se deu exclusivamente em razão
da alta fertilidade do solo de várzea, rico em fósforo e nitrogênio,
devido à reposição anual das águas do Amazonas. “A idéia aqui é
trabalhar a produção no ritmo das águas, que tem períodos determinados.
São seis meses de enchente e mais seis meses de vazante”, afirmou
Chaves.
A macaxeira amarela é
rica em caroteno, substancia que ajuda o corpo humano a fixar outras
vitaminas e proteínas ingeridas. Além disso, segundo dados da Emater, o
produto tem mercado garantido. Muito apreciada na região a macaxeira que
tem produção totalmente orgânica, garante um lucro de 60% só com a
venda in natura. O produto também pode ser usado para a produção de
farinha, o que já agregaria valor, com o quilo comercializado a R$,
2,50. De acordo com a Emater, a farinha produzida com a macaxeira traz
benefícios ao ser humano, começando pela inexistência do ácido contido
na mandioca, usada tradicionalmente para a produção da farinha. Os
estudos da Emater em Santarém prosseguem com o objetivo de identificar
outros benefícios da macaxeira amarela, da qual se aproveita
praticamente tudo, até as folhas, que servem para a produção de ração
animal.
Os números atingidos ainda precisam ser
confirmados, por isso a Emater está refazendo o plantio da variedade. A
ideia é fechar parceria com a Embrapa para publicar a experiência, após a
nova colheita, que acontece em seis meses. “Queremos difundir essa
tecnologia de produção, que provou ter rendimento altíssimo”, completou
Chaves.
FONTE: Agência Pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário