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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

PARAENSE ALAN FONTELES CONQUISTA MEDALHA DE OURO



O paraense Alan Fonteles conseguiu superar o fenômeno Oscar Pistorius e conquistou a medalha de ouro na final dos 200m da classe T44. O bronze ficou com o americano Blake Leeper.
A final da prova prometia um bom duelo. No sábado (1), Alan bateu o recorde mundial na primeira bateria classificatória para a final dos 200m T44, com o tempo de 21s88. Mas a alegria de Alan durou pouco, tudo por conta do novo recorde estabelecido pelo sul-africano Oscar Pistorius que superou a marca do brasileiro, cravando 21s30 na última bateria das eliminatórias.
Pistorius também colocou Alan em uma polêmica, tudo por causa do aumento de cinco centímetros nas próteses do paraense.
A prova
Neste domingo, Pistorius largou na frente, mas o paraense, de apenas 20 anos, se recuperou na reta final da prova e garantiu o lugar mais alto do pódio com 21s45 - 0s07 à frente do adversário.
"Queria agradecer a todo mundo que torceu por mim, meu muito obrigado. Valeu família, valeu namorada, valeu CPB. Foi treino, dei meu melhor nesses últimos quatro anos, só tenho a agradecer a Deus", afirmou Fonteles.
Pistorius saiu da pista visivelmente abalado. Falou pouco com os repórteres das emissoras de TV e entrou na área reservada aos atletas. Somente depois de algum tempo voltou para falar com a imprensa escrita e reclamou. "Não acho que foi injusto. Ele (Fonteles) competiu respeitando as regras, mas é fato que antes (da troca das próteses) ele não corria na casa dos 21 segundos e eu nunca vi alguém tirar uma diferença nos oito metros finais como ele fez. Foi a minha primeira derrota em uma disputa de medalha."
Além de agradecer a Deus, à família e aos torcedores, Alan dedicou, em especial, seu título para duas pessoas: o técnico Amauri Veríssimo e ao "amigo-irmão" Yohansson do Nascimento. Depois teve de falar sobre Pistorius. "Percebi que ele nem falou comigo antes da prova, só deu um oi meio assim", contou o brasileiro. O velocista admitiu que ficou triste com a reação de seu ídolo. "Eu quero ser amigo de todo mundo." No entanto, o brasileiro defendeu seu resultado. "Eu estava dentro das regras", disse em tom sério. "Ele (Pistorius) tem o recorde mundial, mas o que vale no fim é quem chega primeiro."
O coordenador de atletismo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Ciro Winckler, explicou a questão das próteses. Disse que Alan corria com o mesmo equipamento desde que tinha 16 anos e foi pedido ao Comitê Paralímpico Internacional (CPI) uma readequação do equipamento agora que o atleta completou 20 anos. Ele conta que o tamanho da prótese é determinado pelo estudo do biotipo do atleta e o resultado final foi de que Alan, que tinha 1,76 metro com o equipamento antigo, poderia chegar até 1,85 metro. Mas optou por prótese que o deixa com 1,81 metro.
História de vida
Paraense de Marabá, Alan teve as duas pernas amputadas quando tinha 21 dias de vida, devido a uma sepsemia intestinal. Aos oito anos ele conheceu o atletismo. E mesmo com próteses de madeira, não desistiu de seu sonho. Aos 15 anos ganhou sua primeira prótese de fibra de carbono, e aos 16, em 2008, disputou as Paralimpíadas de Pequim. Fã confesso de Oscar Pistorius, a quem derrotou neste domingo, Alan ficou em sétimo nos 200m, enquanto o sul-africano levava o ouro. O jovem voltou da China com uma medalha de prata no revezamento 4x100.

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