Inquilinos pagavam aluguel de R$ 130 para morar no 'Titanic'.
Moradores dividem espaço a céu aberto com animais e lixo.
No 'Titanic', a maioria das famílias vive a céu aberto, com poucos cômodos fechados por paredes improvisadas com diversos materiais. O edifício tem ainda infiltrações, ligações clandestinas de água e energia elétrica, rachaduras e muito lixo. O engenheiro civil do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), Jocimar Milan, disse ao G1 que toda a estrutura do prédio está condenada. "A parte elétrica está sofrível, sem contar a parte sanitária. Os moradores convivem com lixo e animais. Um incêndio pode acontecer a qualquer momento e, pela falta de paredes, o risco de queda é muito grande", disse.
O segundo andar é um dos poucos com parte de parede de tijolos, onde mora a autônoma Ionara Lucy Rebelo da Silva, 38. "Faz mais de 10 anos que eu moro aqui com meus dois filhos e meu marido. Fomos improvisando com tijolos, papelão e o que dava. Hoje, está mais arrumadinho. Eu sei que não é ideal, mas é o único lugar que consigo alugar por esse valor", disse.
O morador do sétimo andar, Pedro Pereira, de 57 anos, disse que não sabe o que sentir a respeito do despejo. No andar dele não há paredes, apenas vigas e alguns compensados protegendo um banheiro. "Eu moro aqui faz muito tempo, nem lembro desde quando, e agora estou sem rumo. Não sei o que vou fazer agora", disse.
O proprietário do prédio ainda não foi identificado, mas, assim que o localizarem, ele terá que apresentar um Plano de Demolição Voluntário, após 24 horas da notificação expedida pela Defesa Civil. Caso não responda a notificação, ele receberá um auto de infração da Prefeitura de Manaus, que cobrará com multa resultante da avaliação da área construída e do fator de risco à população. Após, este período o Poder Público poderá demolir o espaço e enviar ao proprietário os valores gastos na ação.
Fonte: G1 AM
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