Curumu
é uma região do município de Óbidos, localizado na zona rural, nas
proximidades da cidade. A Vila União do Curumu, às margens do Lago do
Curumu, é de fácil acesso, tanto por via fluvial, com cerca de uma hora e
vinte minutos de viagem; quanto por via terrestre, levando cerca de 30
minutos, por uma estrada não pavimentada, com aproximadamente 30 Km.
O Curumu possui vários
atrativos, tanto na vazante quanto na cheia. Destacamos o Lago do
Curumu, as praias (na vazante), onde é realizado anualmente o Festival
do Tucunaré; a Cachoeira do Pancada (ou Curumu) e a Serra do Curumu, que
possui cerca de 120 metros de altura e é vista em toda redondeza.
Em julho de 2012
fizemos uma visita ao Curumu e a opção de transporte foi o Barco. Saímos
do Laguinho, no Barco Gretepaua, entramos no Rio Amazonas, passando
pela frente da cidade de Óbidos, local conhecido como Garganta do
Amazonas, onde a correnteza é bastante forte ao passar pela Barreira.
Chegando ao Porto de Cima, próximo a “Cabeça do Padre”, pescadores
descansavam na sombra de uma árvore, se preparando para o para o próximo
“bordejo”. Passamos pelo Pingo D´água, onde, seja na seca ou na cheia,
sempre está respingando água. Um mistério, afirmam os mais velhos, pois o
local fica bem abaixo do cemitério de Óbidos.
Percorremos rio acima
cerca de 50 minutos até entrar num igarapé que dá acesso ao Lago do
Curumu, seguimos mais 30 minutos, até chegar ao Lago. Só esse percurso
já é um atrativo bem emocionante, principalmente para as pessoas que
vivem na cidade, que em seu dia-a-dia convivem com a correria dos
centros urbanos e muitas vezes se esquecem da simplicidade e da beleza
da natureza que naquele momento presenciávamos.
Chegando ao Lago do
Curumu, ainda com águas altas, ancoramos o barco no meio do lago e o
banho, é claro, foi praticamente o dia todo em suas águas límpidas, que
ao final da tarde ficam azuladas com o reflexo do sol. No domingo
voltamos acompanhando o Círio de Senhora Sant´Ana.
No final da tarde,
visitamos a Vila do Curumu, localidade tranquila, habitada por um povo
pacato, aconchegante e receptivo. Como comenta Fernando Sousa em seu
artigo, “Recordações do Lago do Curumu”: “Num final de tarde,
idealizando ouvir o Ângelus na sonoridade do canto de nossas aves; no
siciar do vento ameno iniciado nas colinas circunvizinhas e cumprindo
sua missão de nos impor o assanhamento de nossos cabelos; na visão
verde-escura das matas pinceladas pelos primeiros sinais noturnais; na
alegria da gente simples a cantarolar refrões populares. Enfim,
imaginando um céu como limite a encimar o nosso horizonte vertical num
festival de cirros, nimbos e cúmulos, pareceu-me ter a visão da pequena
praça da Vila de Curumu, com sua capelinha singela, mas que é a guarida
da profunda fé religiosa daqueles obidenses.”
Assim é o Curumu, e a
cada nova visita faz com que as recordações fluam em nossas mentes, ou
as primeiras impressões vivenciadas pelos novos visitantes fiquem
guardadas para sempre, até um novo retorno.
Por João Canto
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